Partilhamos o discurso que o Prof. José Rui Teixeira leu no final da missa dos finalistas, no Auditório Francisco de Assis, no passado 5 de junho:
“Caríssimos alunos, famílias e colegas:
Celebramos o final de uma etapa que, para alguns destes alunos, com a educação pré-escolar, corresponde a um período de 15 anos. No percurso que coincide com esse tempo, uns partiram e outros chegaram; passaram os anos, mudaram os ciclos… e aqui estamos nós.
É isso que é – ou devia ser – uma escola: uma comunidade… uma extensão orgânica da vida, não um laboratório-social, concebido nas causas e nos efeitos da ditadura do sucesso, dessa pseudo-meritocracia que se autolegitima na impossibilidade de assegurarmos socialmente a igualdade de oportunidades e de um neopositivismo que [no caldo de tendências do nosso paradigma social] anestesia-nos da nossa própria humanidade. Uma comunidade, dizia… só uma escola-comunidade pode assumir o exercício de resistência do humano… contra um sistema cada mais burocrático, cada vez mais tecnocrático e, por conseguinte, mais desumanizado. Também por isso, celebrar é resistir: aquilo que a antropologia designa por referencialidade dos rituais, que é o que nos possibilita legitimar cada história por meio de narrativas identitárias. Esta é uma delas.
Queridos alunos: no vórtice desta celebração, partilho convosco – e por vós – algumas palavras de gratidão… “com todo o peso do coração no centro” [como se lê num verso de Herberto Helder].
A primeira palavra de gratidão guardo-a para o P. José Pedro Azevedo, querido amigo e condiscípulo que mediou o sacramento da comunhão – obrigado!
A segunda palavra de gratidão dirijo-a às Irmãs Franciscanas Missionárias de Nossa Senhora [particularmente à Irmã Aurora] e a todos os professores e funcionários não docentes que, nesta etapa da vossa vida, contribuíram para que se tornassem pessoas-credíveis-como-pessoas: por terem educado, por terem ensinado, também por terem repreendido… e sobretudo por terem cuidado – muito obrigado!
A terceira palavra de gratidão é para os vossos pais, para as vossas famílias: por terem confiado ao Colégio Luso-Francês a condição de segunda-casa… de lugar onde passariam mais tempo acordados nas vossas vidas: pelos sacrifícios, pela presença incondicional [nos bons e nos maus momentos], por serem o esteio de cada um ser pessoa-credível-como-pessoa – queridas famílias [nas quais me incluo], muito, muito obrigado.
Finalmente: eu e a Prof.ª Isabel Moreno [que também partimos… para uma nova etapa das nossas vidas] desejamos que sejam felizes, que atinjam os objetivos a que se propuseram… mas, sobretudo, que sejam pessoas conscientes… pessoas-credíveis-como-pessoas. E não se esqueçam dos anos em que aqui habitaram um lugar-casa e uma ideia de futuro. É aqui, diante de vós, que é mais inteligível a definição que escolhemos para o nosso Colégio: um estaleiro de vidas.
