Nos dias 7 e 9 de maio, no contexto da disciplina de educação visual, os alunos do 5.º e 6.º anos visitaram a exposição “Joana Vasconcelos: I’m Your Mirror”, apresentada no Museu de Arte Contemporânea de Serralves.
Joana Vasconcelos nasceu em 1971. Vive e trabalha em Lisboa e é uma das mais prestigiadas escultoras portuguesas da atualidade. Em 2005, na Bienal de Veneza, alcançou o reconhecimento internacional com a obra “A Noiva”. Foi a primeira mulher e a mais jovem artista a expor no Palácio de Versalhes, Paris, em 2012, e a primeira portuguesa a expor em nome individual no Museu Guggenheim Bilbau, em 2018. Em Serralves, apresenta mais de 30 peças icónicas da sua obra, datadas desde 1997 até à atualidade, que se encontram distribuídas pelo museu e pelos jardins.
Visitar esta exposição possibilitou a compreensão da natureza do processo criativo desta artista, que assenta na apropriação, descontextualização e subversão de objetos pré-existentes e realidades do quotidiano.
A presença de “A Noiva” – o famoso lustre feito de tampões – na receção do museu impressionou os visitantes. “Call Center” ouve-se antes de se ver, chama por nós… dezenas e dezenas de telefones negros antigos e do mesmo modelo compõem a forma de uma grande pistola e vão tocando à vez. A “Burka” – um corpo constituído por vários tecidos sobrepostos é rematado por uma burca. Este corpo é sujeito a movimentos de ascensão lenta e sequente queda abrupta sobre um palco – é uma instalação de grande sentido dramático que suscitou muito interesse. O “Coração Independente Vermelho” – um enorme coração vermelho feito de talheres de plástico, rodopia lentamente ao som de alguns dos mais conhecidos fados de Amália Rodrigues, projetando a sua sombra no negro das paredes que o envolvem – deslumbrou. No interior do museu, foram estas as obras mais significativas, mas todas surpreenderam.
No exterior, o “Solitário” – dezenas de jantes douradas formam um anel encimado por um diamante feito de copos de cristal – e “Marilyn” – um par de sapatos de salto alto feito com panelas e tampas de aço inoxidável – revelaram a monumentalidade de algumas das obras desta autora.
A capacidade de raciocinar criticamente fez-se notar. As interpretações, avaliações, associações, comparações e instâncias de pensamento flexível dos alunos foram impressionantes. A visão cúmplice, mas simultaneamente crítica, da sociedade contemporânea que a artista nos oferece, não passou despercebida. A linguagem expressiva da arte tem a capacidade de questionar padrões, valores, concepções e gostos. Isso requer reflexão e houve muita ao longo da visita à exposição “Joana Vasconcelos: I´m Your Mirror”.